sábado, 25 de abril de 2009

Aos Humanos V

Elas não queriam sorrir,
Preferiram as drogas ao invés
Da droga de vida que iriam viver.
Desistiram de tudo, não quiseram mais lutar.
Havia tantos caminhos!
Mas realmente podiam entrar?
Sempre serviram de chacotas do sistema,
Desse esquema
De, os mais fortes em poder aquisitivo
Aos mais fracos humilhar.
Estavam cansadas de esperar
Pelo paraíso prometido.
A luz no fim do túnel
Eram as chamas de um isqueiro
Um caminho de pedras
Que pensou ser uma saída,
Uma solução, uma recaída,
Um momento de fraqueza.
Era mais fácil fugir do que encarar,
Encarar o que? Pra que?
Cobram, impõem, implanta,
Interiorizam regras abstratas,
Regras de conduta, de sentimentos,
De atitudes, de convivência.
Uma grande massa abstrata
Que inconscientemente entranha,
Como um vírus, modifica pensamentos, manipula!
E qual a estrutura que temos?
Num mundo conduzido por regras antigas,
Uma superestrutura
De um tempo que a população era pouca,
Se comparado aos bilhões atuais.
O mundo evoluiu, mas essa grande consciência não.
E já não temos mais espaço para tantas pessoas
Viverem seguindo a grande consciência.
E não... A ciência não é capaz de mudar,
São vidas inteiras de dores
Para só no fim, ver algumas flores.
Flores no chão, flores no caixão.
E a luz no fim do túnel
Era apenas uma fresta na cova rasa
Mas seus olhos já não podiam mais enxergar.
Um jogo sujo e cruel!
E pra que? Por um lugar no céu?

D. Diogo Klock

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Aos Humanos IV

As crianças impotentes, guerreiras inocentes
Sonham com um futuro melhor,
Não existem problemas quando a vontade é maior,
É tudo tão simples e fácil de alcançar,
Vamos! Basta imaginar
Se enchem de idéias e saem para brincar.
Os deuses e os super-heróis vão ajudar...

Eis um lado da moeda onde não há quedas
Que não se possam levantar.

Já no outro encontramos pedras
Que milhões de crianças tem que carregar.
Morando nas ruas, nas calçadas,
Abandonadas no lixo fazendo disso seu único lar.

Não existe brincadeira
É uma vida inteira tendo que lutar.
Às vezes dão sorte,
Não são jogadas nos lixos entregues a morte.
Mas ainda no lixo vão viver,
Às vezes catando para vender
Outras mesmo para comer.

Eis o destino cruel de tantas crianças
Da nossa adorada nação
Bem diferente do que elas assistiram na televisão.
Vão ter que trabalhar, para sobreviverem sozinhas,
Ou para a família ajudar
Uma trilha nada fácil de agüentar.

E dizem: - Uma nação de oportunidades!
Mas será mesmo verdade
Que todo mundo pode alcançar?


D. Diogo Klock