domingo, 20 de dezembro de 2009

Momentos

Eu pensava no futuro como um castelo sólido que jamais fosse desabar, não percebia que até mesmo o concreto era feito com areia e que bastava uma forte tempestade para tudo vir abaixo. A dor da perda consome todas as forças, mas a força sempre floresce novamente para reconstruir.
Mas quando as mãos vão se afastando pouco a pouco e as pernas obedecem aos comandos que nos levam para longe um do outro a vontade de estar perto não basta. O tempo nunca volta atrás, mas o que fazer para voltar quando matéria e mente caminham sozinhas para o horizonte?
Estilhaços voam por toda parte e o único pensamento esta envolto em se proteger, escapar de tudo que pode nos afetar, as dores se entrelaçam com as lembranças de dias perfeitos, as lagrimas de dor aumentam, a perda é muito maior do que se pode raciocinar, as lagrimas despejam gritos contidos pela angustia e o que era perfeito se prende nos laços das lembranças e a esperança choca-se frente à frente com um tempo que já passou sem que levasse junto a raiva e a dor e tudo se perde por alguns momentos. A razão não encontra uma saída, olhar para trás faz o desespero aumentar e já não conseguimos mais nos esconder dentro de uma decepção que inventamos e tudo que conseguimos ver é um imenso horizonte vazio para onde nosso instinto defensor nos atrai, longe de tudo, longe até mesmo dos pensamentos que nos perseguem, corremos desesperadamente para alcançá-lo, corremos sem parar em busca de nos livrar de tudo e de nós mesmo, em vão, pensamentos e lembranças nos perseguem dentro de nós mesmos, corremos por quilômetros sem parar, corremos em direção oposta de tudo que gostaríamos de realmente estar perto, já não sabemos onde estamos e nem como voltar, o tempo passou rápido demais e nem percebemos quanto tempo ficamos distantes e nem à que distancia estamos de casa, de nós mesmos, já não somos mais os mesmos e o passado inteiro se perdeu dentro de um momento de desespero e eternamente o tempo não voltará nem por um segundo. E tudo que outrora nos era felicidade se escorreu pelo ralo sem fim do passado.

"Porque quando tudo esta perfeito procuramos defeitos e decepções para que o equilíbrio da vida não se perca num pólo único e sem volta
Porque não saber lidar com a balança que equilibra a vida nos leva ao refugio desesperado e preferimos nos esconder
Porque inventamos situações de prazer para nos refugiarmos da realidade conflitante... Mas isso não pode dar certo porque hora ou outra a realidade bate na porta e invade sua vida sem avisos prévios.

Os sentimentos fazem parte das nossas vidas, tristeza e felicidade são dois pólos distintos na balança. Na vida não é normal ser feliz, mas também não é normal sofrer. É um equilíbrio onde estamos exatamente no meio só que tentamos ser felizes o tempo inteiro.
Pendemos muito a balança de um lado e quando ela vira e entramos em contato com o outro lado tomamos um grande susto, nossos sentimentos fragilizados absorvem muito mais o impacto. Criamos nossa própria decepção o que nos leva a uma intensidade de sentimentos fora do comum. Sofremos e sentimos isso como se fosse o fim, pois nos acostumamos apenas com a felicidade e a busca por ela, nos acostumamos a isso a ponto de esquecermos do sofrimento e a ponto de pensarmos nele como uma coisa irreal, drástica, sem fim, irreversível... Quando ele é apenas o outro lado da balança. "

Pensamentos... pensamentos...

Diogo Klock

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

...


Não é sua culpa meu amor,
são apenas sentimentos meus.
Você some por uma eternidade
e me deixa recados todos os dias,
eu entendo suas necessidades
é que a saudade não posso controlar.

A vida é diferente quando não estamos juntos
nos nossos quartos cheios de lembranças.
E as suas voltas noturnas
tornam-se refúgios inconscientes
para os meus monstros mais doentios.

E na madrugada lenta não encontro distração
para todas as partes da minha mente
e estes monstros que esperam por atenção
encontram um espaço para me aterrorizar.
Fecho os olhos e tento pensar em outras coisas
e outras coisas juntas vem.

Salto da cama e solto um longo suspiro,
o susto se esvai quando na busca por um cigarro
encontro uma tragédia romântica,
conta a história de um casal apaixonado
que se separa por muito tempo
e o tempo que é o senhor dos dias
mostra-lhes com os meses que a vida
vai além dos beijos e abraços
e deixa-os assim pensar.
Mas em outro longo tempo de espaço
Mostra-lhes que os beijos e abraços
Deveria também cultivar.

Eis que a minha vida não é única.
Mas que tragédia!
Um se separou do caminho que os dois construíram juntos
e ele agora tira sozinho as pedras do caminho
para que um dia ela o possa o encontrar.

Ele sofre a dor da perda
porque sabe que ela não se perdeu.
Ela simplesmente não percebeu
que tomara um caminho diferente.
Ele sente, ela apenas acredita que está no caminho certo.
Vai amor...
Segue neste caminho se este não te causa dor.

Finalmente acendo meu cigarro
e o dia ja amanheceu.


Diogo Klock