terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Como Nossos Pais

Não quero lhe falar
Meu grande amor
Das coisas que aprendi
Nos discos...
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...
Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...
Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina, na rua
É que se fez, o seu braço
O seu lábio e a sua voz...
Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pr'o sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...
Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como Os Nossos Pais...
Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...
Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...
Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como Os Nossos Pais...

(Belchior)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A Torre Escura

Não há nenhuma lua no céu,
alguns pontos de luz escorregam e brilham,
piscam e desaparecem por entre a espessa bruma aninhada,
sobre arbustos, cauçadas e cacos de vidro.
O ranger de metais das chaves do vigia,
não importuna as formigas que fazem filas sob os meus pés,
não há nenhuma lua no céu.
A minha frente a estátua de dedo em riste, j
ura inocência enquanto arrota fuligem e orvalho.
Confiro meus bolsos vazios, em busca de algo que eu não sei o que,
não sinto sono, fome, sede, não sinto nada.
Não há nenhuma lua no céu, nem chuva, nem Vênus nem fogo
que ilumine a pequena torre onde vigia expõe sua fronte crispada,
sua boa lacrada e sua alma inchada de café e cansaço.
Não há nenhuma lua no céu,
nenhum som na terra
e o vigia dorme profundamente.

(Marcelo Nova)

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Aos humanos


Nos olhos um brilho de pedinte,
Pelo rosto, correm lagrimas de esperança
Que nos remetem a tristes lembranças,
Mas que esquecemos na hora seguinte.

Bocas implorando, a espera de um ouvinte
Como soldados gritando por socorro na matança
E os jovens já anunciam uma mudança...
Comemoram-se, as evolucões do século vinte

Mãos estendidas, decoram as calçadas.
Mas para proteção, temos as forças armadas.
Nos séculos passados a escravidão era comum

E para ética da época era normal,
Tratar seres humanos, pior do que animal
será só mais um, o século vinte e um?

(Diogo Klock)

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

As Incertezas da Vida

Ainda que muito escolhamos,
Sempre haverá as ilusões,

Imaginamos as coisas com os referenciais,
Não temos culpa da decepção
Certamente se pudesse voltar, todos os caminhos
E todas as decisões teriam diferenças,
Raramente não teria as ilusões,
Toda ilusão é construída após a decisão,
Então voltar no tempo não seria uma solução.
Zangado ficaria duas vezes
Ao voltar e se iludir novamente,
Sabemos que tudo é construção da mente.

Depois da decisão é que se deve ter cuidado
As ilusões nós mesmo construímos

Vivemos intensamente e sentimos...
Ingênuo seria não acreditar
Dar tudo de mim e entregar-me...
Ao imenso vazio que se chama incerteza.

(Diogo Klock)

domingo, 21 de outubro de 2007

Do Amigo

“Um só me assedia sempre excessivamente (assim pensa o solitário). Um sempre acaba por fazer dois!”
“Eu e Mim estão sempre em conversações incessantes. Como se poderia suportar isto se não houvesse um amigo?
Para o solitário o amigo é sempre o terceiro; o terceiro é a válvula que impede a conservação dos outros dois de se abismarem nas profundidades.
Ai! Existem demasiadas profundidades para todos os solitários. Por isso aspiram a um amigo e à sua altura.
A nossa fé nos outros revela aquilo que desejaríamos crer em nós mesmos. O nosso desejo de um amigo é o nosso delator.
E freqüentemente, como a amizade, apenas se quer saltar por cima da inveja. E freqüentemente atacamos e criamos inimigos para ocultar que nós mesmos somos atacáveis.
“Sê ao menos meu inimigo!” — Assim, fala o verdadeiro respeito, o que se não atreve a solicitar a amizade.
Se se quiser ter um amigo, é preciso também guerrear por ele; e para guerrear é mister poder ser inimigo.
É preciso honrar no amigo o inimigo. Podes aproximar-te do teu amigo sem passar para o seu bando?
No amigo deve ver-se o melhor inimigo. Deves ser a glória do teu amigo, entregares-te a ele tal qual és? Pois é por isso que te manda para o demônio!
O que se não recata, escandaliza. “Deveis temer a mudez! Sim; se fosseis deuses, então poderíeis einvergonhar-vos dos vossos vestidos”.
Nunca te adornarás demais para o teu amigo, porque deves ser para ele uma seta e também um anelo para o Super-homem.
Já viste dormir o teu amigo para saberes como és? Qual é, então, a cara do teu amigo? É a tua própria cara num espelho tosco e imperfeito.
Já viste dormir o teu amigo? Não te assombrou o seu aspecto? Ó! meu amigo; o homem deve ser superado!
O amigo deve ser mestre na adivinhação e no silêncio: não deves querer ver tudo. O teu sono deve revelar-te o que faz o teu amigo durante a vigília.
Seja a tua compaixão uma adivinhação: é mister que, primeiro que tudo, saibas se o teu amigo quer compaixão.
Talvez em ti lhe agradem os olhos altivos e a contemplação da eternidade.
Oculte-se a compaixão com o amigo sob uma rude certeza.
Serás tu para o teu amigo ar puro e soledade, pão e medicina? Há quem não possa desatar as suas próprias cadeias, e todavia seja salvador do amigo.
És escravo? Então não podes ser amigo.
És tirano? Então não podes ter amigos.
Há demasiado tempo que se ocultavam na mulher um escravo e um tirano. Por isso a mulher ainda não é capaz de amizade; apenas conhece o amor.
No amor da mulher há injustiça e cegueira para tudo quanto não ama. E mesmo o amor, reflexo da mulher, oculta sempre, a par da luz, a surpresa, o raio da noite.
A mulher ainda não é capaz de amizade: as mulheres continuam sendo gatas e pássaros. Ou, melhor, vacas.
A mulher ainda não é capaz de amizade. Mas dizei-me vós homens: qual de vós outros é, porventura, capaz de amizade?
Ai, homens! que pobreza e avareza a da vossa alma! Quando vós outros dais a vossos amigos eu quero dar também aos meus inimigos sem me tornar mais pobre por isso.
O companheirismo existe. Que a amizade possa nascer!”

Assim falava Zaratustra.

sábado, 20 de outubro de 2007

Fecundado

Eu vi um ponto de luz pulsando no escuro
Sem fome sem nome aceso, sinalizando o futuro
De passagem na tela, sua imagem de Alien não
identificado
Vejo no ultra-som ele seguido de perto, sendo
rastreado
Era apenas mais um que nadava e rasgava um pequeno
oceano
Dentre todos, Você, o mais forte porque, o mais ágil o
mais duro
Mas não sei que desejos, que sonhos e medos, nem mesmo
quais planos
Podem estar contidos num ponto de luz a pulsar no
escuro
Eu vi um ponto de luz pulsando no escuro
Eu vi um ponto de luz pulsando no escuro.

(Marcelo Nova)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Cicatriz

Para o resto da minha vida
levarei a marca dela estampada no escorpião que tatuei,
e no veneno que por muito tempo injetei...
uma cicatriz que demorou para sarar,
e agora... apenas uma cicatriz...
e as cicatrizes me fazem bem...
me trazem lembranças do passado...
e lembrar o passado será muito importante no futuro...
pois somente com nossas experiencias do passado...
é que saberemos por onde pisar no futuro...

(Diogo Klock)

domingo, 14 de outubro de 2007

Preconceito e discriminação

A discriminação é a ação do preconceito e enquanto está ação for apenas verbal ainda continua sendo apenas uma ideia. Só pederá fazer efeito se o ouvinte da mesma aceita-la, o preconceito é apenas uma ideia e como uma ideia não tem o poder de afetar outras pessoas a não ser quando está outra o aceita.
Por exemplo, uma pessoa que é crente em Deus, quando alguém lhe apresenta uma ideia contraria a Deus, o crente não se sentirá afetado por isto, ele ignorará e continuará com sua crença. A menos que ele aceite está nova ideia, pois aí sim se sentirá afetado, porque está nova ideia balançará uma estrutura de anos...
Aqui, podemos também citar o comodismo, por exemplo não é cômodo para uma pessoa refazer uma estrutura de anos, então quando recebe uma ideia contraria a sua estrutura, é muito mais fácil e cômodo ignorar está nova ideia do quê balança toda a sua estrutura.
Pois bem, sendo o preconceito apenas uma ideia, este so afeta ainda as pessoas por que as mesmas o recebem, o aceitam e se aceitam é porque também o tem como uma ideia... Logo o preconceito é um problema de consciência coletiva e de nada valerá o estado tentar acabar com este problema criando leis que proibam a ação desta ideia.

(Diogo Klock)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Para um encontro

Eu, que tinha tanto pra te falar,
Fiquei mudo ao te encontrar.
E agora... frente a frente...
Parece-me tão de repente.

Eu que decorei a poesia que iria te recitar,
Fecho-me em vermelho ao gaguejar,
Eu, que há uma hora estava tão contente,
Recolho-me em uma quentura intensa e ardente.

Agora penso, sorte ou azar?
Eu que me acho tão grandioso e forte,
Perto de você... um ratinho diante da morte.

Tenho por ti... forte atração...
Parece-me...sempre estivesses no meu coração.
Se eu calar...trouxe este soneto para te dar.
(Diogo Klock)

domingo, 7 de outubro de 2007

Hoje sou feliz

Hoje sou feliz

Hoje pela manhã.
Aconteceu-me algo maravilhoso,
Algo que nunca havia sentido antes
E que jamais esperei acontecer.
Hoje eu vi Deus
E já não posso mais questionar sua existência,
Nem mais duvidar da sua beleza e perfeição,
Seu amor, sua sabedoria e seu poder,
Hoje,
Sinto-me um novo homem,
Mais puro, mais jovem e muito mais feliz,
Descobri algo tão imenso,
Algo que pensava nem existir
E de repente lá estava eu,
Olhando-o admirado,
Tanta alegria,
Tanta beleza,
Tanta sabedoria
E tanto poder.
Quanta coisa pude ver
Quando parei em frente do espelho.

Ass: Você.

"Não me importa quantos deuses me rodeiam,
pois nenhum é melhor
E nem mais belo do que eu!"
(Diogo Klock)

Aí está...

por que um blog?
para alimentar o meu ego, expondo para as pessoas meus pensamentos
e aquilo que me agrada... expressar tudo aquilo que me der vontade...
esperar reconhecimento?
reconhecimento talvez não seja a palavra apropriada, mas, esperar uma reação, com certeza, caso contrário, continuaria escrevendo na minha agenda, caderno, etc.
auto-promoção?
interpretem como quiserem...
mas, diga-me, quem de vós, não age se não para benefício próprio?
não faria sentido ter algo público se não para me auto-promover perante os outros...
arrogância?
olhe-se no espelho e diga-me o que vês...
se me achares arrogante, acharás de mim, somente pela sua própria.
diga-me, quem de vós não é necessariamente arrogante?
a vida está lançada... salve-se quem poder!!!
De acordo com o Darwinismo "Seleção Natural".(ironia)